Quem pára tudo isto?
Que o tempo é além
Este trajo que eu visto
É a noite, o desdém.
Quando isto se acaba?
Este pulsar nevoento,
O retumbar na aldraba,
O rumorejar do vento.
Como fechar que existo?
Este cordel traiçoeiro
A enovelar-se, previsto,
Como hábil nevoeiro.
Hei-de deixar de ser eu
Começar do nada,
Deixar o que é meu
Sulcar uma estrada.
Tenho-me a mais,
Tamanho enfado, assim,
Como barco órfão de cais
Sou tão-só eu sobre mim.
João Vasco
Um comentário:
O título é o texto. O texto é o título, composto em espiral. Literalmente!
Kisses, Kerubina
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