quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Foto de vitor tripologos

Agora. Sim, agora. Aqui. Sim, aqui. Aqui e agora. Não mais. É isto. Mas não chega. Nunca chega. Nada chega. Mais e mais. Aqui e agora é pouco, muito pouco, quase nada. Tenho muito espaço para existir, mas muito mais fora disso. E porque sei isto? Isto. Seja o que for isto.
As coisas sem medida. As coisas e eu. E assim feitos ou a fazer, a estar ou a ser, conformados ou endoidecidos. Ou quiçá distraídos. A vida é uma grande distracção e aquele que não o sabe é a prova disso mesmo.
As palavras perdem ou ganham peso e, tal como as pessoas, são livres sem sentido e pesadas na verdade. Não há gente a mais a querer saber e todos se vão enganando à medida que o tempo passa. A traição acontece todos os dias e só pára quando já não importa aquilo que é a verdade. Está tudo demasiado longe ou demasiado perto. Há já algum tempo que deixei de ter mão em mim.
Nunca sei onde estou, onde quer que esteja. Lugar é coisa estranha. Não me parece sítio de mim, um qualquer espaço, coisa nenhuma ou coisa a mais. Até o corpo tem espaço desajeitado, tanto sobeja como escasseia. E tudo em volta é um dilema. Nem tudo pode ser uma matrioska, embora seja assim que se faz a mensagem da existência. Os animais não sabem o que é a floresta.
Nascemos. Sim, nascemos. E depois?