quinta-feira, 31 de maio de 2007

Cada instante, cada momento, um pedaço de nada. Fragmento esboroado pelo tempo. E nós somos feitos dessas minudências, os pormenores que nos fazem a intento. Isolados são desprezíveis. Em conjunto fazem o ser por inteiro. Aqui jaz um momento...

João Vasco

quarta-feira, 30 de maio de 2007

Obrigatório

Solidão

Solidão não é a falta de gente para conversar,
namorar, passear ou fazer sexo...
isto é carência.

Solidão não é o sentimento que experimentamos
pela ausência de entes queridos que não podem
mais voltar...
isto é saudade.

Solidão não é o retiro voluntário que a gente
se impõe às vezes, para realinhar os pensamentos...
isto é equilíbrio.

Tampouco é a pausa involuntária que o destino
nos impõe compulsoriamente, para que revejamos a
nossa vida...
isto é um princípio da natureza.

Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado...
isto é circunstância.

Solidão é muito mais que isto...

Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos
e procuramos em vão, pela nossa Alma!



Fátima Irene Pinto

terça-feira, 29 de maio de 2007

Aguaceiro

Foste meu aguaceiro

Me encharcaste de ti.

Te foste, por inteiro,

E nem sabes que morri.


João Vasco

"A originalidade é impossível. No máximo, podemos variar muito ligeiramente o passado, dar-lhe um novo matiz, uma nova entonação. Cada geração escreve o mesmo poema, conta o mesmo conto. Com uma pequena diferença: a voz."

Jorge Luís Borges

segunda-feira, 28 de maio de 2007

A minha imagem

Olhei para ti e não mais sosseguei

À sorrelfa invadiste meu inerme ser.

Em ti jamais consigo eu me ver,

Contido por ti não extravasei.

E continuas a reiterar o teu papel,

Chegas-te a mim num assombro cruel.

Disso eu até nem me queixo,

Mas eu nunca sequer me deixo...


João Vasco

Obrigatório

"As minhas acções só verdadeiramente as percebo quando as recordo"

in "O Tempo das Coisas" , João Vasco

sábado, 26 de maio de 2007

Não faço. Sonho com o que não existe. Transmuto-me e introduzo-me numa realidade irreal. Onde tudo o que é não é. Seria eventualmente se tivesse podido ser. E porque não o foi? Porque somente sonhei e senti-me a pensar-me como sentiria o que penso que haveria de sentir. E assim sou o fruto de meu pensamento, um rebento de minha imaginação.


João Vasco

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Obrigatório



Uma árvore, duas árvores, três árvores…de quantas preciso para ter uma floresta? A partir de que número se pode chamar a um conjunto de árvores uma floresta? Vinte? Trinta? Cinquenta? Cem? Mil? Onde jaz o limite? A partir de que fronteira se constrói uma noção? E quão mutável é essa noção? Uma floresta é o quê? Muitas árvores. E como sei eu o que são muitas árvores? Não sei, nem quero saber…Fico-me pela floresta.


João Vasco

quinta-feira, 24 de maio de 2007

...

"Há duas intrépidas vidas

Na florescência de meu ser

Uma, que me pejou de feridas

E outra, que nunca as chegou a ter."

...


in "O Tempo das Coisas" , João Vasco

...

"És tão linda

Que me comovo

Quando te olho, ainda,

Cada vez, de novo"

...


in “O Tempo das Coisas” , João Vasco

...

"Em mim não há surpresas

Conheço-me em demasia

O bem que me fazia

Ter-me segredos e não certezas."

...


in
"O Tempo das Coisas", João Vasco

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Livro já disponível: "O Tempo das Coisas"


O livro de poesia "O Tempo das Coisas" foi lançado no dia 18 de Maio no Blá Blá, em Matosinhos, aquando do aniversário da Corpos Editora. Para aquisição do mesmo podem fazê-lo através de:

www.fnac.pt
www.corposeditora.com

ou nas lojas da fnac ou da livraria almedina mediante encomenda.

ou contactem-me através de joaovfpinto@gmail.com