segunda-feira, 19 de novembro de 2007



Quando se é uma gota no oceano, um grão de areia no deserto, uma árvore na floresta, as palavras não ganham corpo, esvaecem como poeira à mercê do vento. Estes conceitos insepultos ficam latentes, à espera que um instante futuro os faça manifesto explícito da alma. Mas não há nada mais que isto quando a voz não é ouvida. Sem ouvintes entranha-se o silêncio. Quanto silêncio se suporta? Quando o silêncio é mais que interstício perde-se o ritmo da dança. Abraça-se o seio da distância, sorvendo em tragos soluçantes os caminhos da loucura. Tamanha força da sinfonia da solidão! O silêncio é a minha morte. Só assim se faz minha vida.

João Vasco

Um comentário:

DS disse...

A morte sempre foi aliada da vida e o silêncio do verbo.