Isto da repetição é coisa que habita no Homem. Ser-se alguém não é mais do que repetir-se, incessantemente, e quase nunca dar por isso ou, por força do próprio vício, quando notado é esconjurado, de forma expedita, por necessidade violenta. E dando conta disso onde ficamos? Desembocamos na repetição esquecida de nós mesmos.
No silêncio, na ausência, se houver fragor em nós, sobrevém a consciência do que nos foge na acção. Maioritariamente como encenador ou actor também encontro o meu espaço por entre o público. A curiosidade tem destas coisas. É um caminho só de ida.
As distracções são muitas mas ainda assim é costume importunar-me. Há luzes que depois de acesas nunca se apagam.
Os outros que vejam em mim a repetição que eu vejo neles. Em mim nada há, digo eu. Neles também não, dizem eles. Cada um é a excepção de uma regra feita de excepções. E quem é o quê? Inventar a mentira foi a coisa mais fácil.
As pessoas precisam pertencer, fazer um esforço para se encaixar porque não ser de nada é não se ser. Tudo se torna regresso. Como não ser previsível?
Não sei se fui eu que encolhi se foi o mundo que se tornou maior.
João Vasco
Um comentário:
Espero sempre que seja o mundo a tornar-se maior...
Jinho
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