
Por onde vou me perder
Se o que nunca se encontrou
Não tem fixo o lugar
De existir, de morar.
Por onde….
Existir é tão confuso
Quero dar-me uso…
Por entre as brumas do meu ser
Não encontro o que entender.
Vicissitudes em dispersão,
Reminiscências da acção,
Espaços de tempo desencontrados
Em simetrias desconexas,
Acontecimentos soterrados
E coisas vãs anexas.
Por onde então me procuro
Se me entendo a o fazer,
Há meu passeio obscuro
A imaginar-se a crescer.
Navego como nauta de mim
No abismo que se completa
Até à foz do rio sem fim
Minha utopia concreta.
Por onde ando eu
Um pouco aqui e ali
Entre o que tenho e o que é meu
Entre o que existo e o que morri.
Há outro modo de me achar
Livre do castigo do véu
Ser gigante como o mar
Ausente como o céu.
Em meu querer descrente sonho
E os dias já não acontecem.
Ai, se eu pudesse ser risonho
Pelas vontades que se tecem
Ter uma chama insubmissa
A acalentar-me cada movimento,
Moldando minha quididade omissa
Chegar-me ao que tanto tento.
Por onde ando eu…
João Vasco
Um comentário:
há dias em que nos distanciamos do qeu somos... :)
gosto da tua escrita intensa e cuidada.
Beijinho
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