
Se me vires assim atoleimado
Em gestos e desvarios de incerteza
É porque brotou em mim a pureza
Desse trago mansinho e folgado,
Esse tão rebuscado sabor
A que chamam decerto amor.
Se me achares um pouco distraído
Perdido pelos cirros invisíveis
É porque há matérias indizíveis
A sobejar em mim, pobre arguido,
Culpado por te amar tanto assim
Que até me faço esquecer de mim.
Se eu estiver parvo a olhar para ti
Suspenso em teu calmo revelar
É porque me sinto todo a parar
Nessa aragem em que te percebi
Tu, bela como não há mais
Ninfa áurea de meus recitais.
João Vasco
3 comentários:
lindo enlevo João!
Sorte é poder enlevar-se assim e maior ainda ser o motivo do enleio. :)
Beijinho
passei por cá para deixar beijos da ci...:)
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